terça-feira, 28 de junho de 2011

Gestantes devem se prevenir de problemas bucais

Notícia divulgada recentemente no jornal americano Science Daily revela que alguns tratamentos odontológicos durante a gravidez podem ser seguros. Essa é a conclusão de um estudo realizado na Faculdade de Odontologia da Universidade de Minnesota (Mineápolis, Estados Unidos).
Pesquisadores americanos analisaram mais de 800 mulheres entre a 13ª e a 21ª semana de gestação e que precisavam passar por tratamentos odontológicos importantes, inclusive sendo submetidas à anestesia local. Segundo o doutor Brian Michalowiks, coordenador do estudo, dentro desse período da gravidez, os tratamentos dentários não apresentaram riscos à saúde das futuras mamães.
Na opinião do especialista brasileiro Marcelo Rezende, diretor da Smiling Dental Care, “como hoje muitas mulheres planejam a gravidez, é melhor optar por tratamentos preventivos antes da confirmação da gestação. Quando não é possível, procuramos não fazer intervenções que necessitem de anestesia até a oitava semana de gestação e nas quatro semanas finais, por serem períodos mais críticos”.
Rezende afirma que, por outro lado, as limpezas regulares são altamente recomendáveis durante todo período de gravidez e mesmo logo após o nascimento do bebê. “O aumento dos níveis hormonais durante a gestação geralmente alteram as condições da gengiva, sendo muito comum a ocorrência de inchaço, sangramento e maior acúmulo de tártaros. O tratamento de cáries simples, que podem ser restauradas sem uso de anestésicos também é recomendado, a fim de que durante a gravidez a paciente não venha a sentir ‘aquela’ incômoda dor de dente ou mesmo evoluir para uma infecção”.
Procedimentos estéticos, como clareamento, implantes ou colocação de aparelhos ortodônticos devem ser adiados para depois do nascimento do bebê. Na opinião do especialista, mesmo não havendo comprovações científicas que determinados procedimentos representam sérios riscos para o feto, é melhor evitar expor o bebê a qualquer risco que seja, ainda que seja mínimo.

Dicas para ter uma boa saúde dental durante a gravidez
Segundo o doutor Marcelo Rezende, recomendações básicas englobam uma alimentação balanceada, escovação dos dentes por pelo menos três vezes ao dia, uso de creme dental com baixo teor de flúor e bochechos regulares – sempre após a ingestão de guloseimas ou mesmo café e refrigerantes. Mas, preste atenção às demais recomendações do cirurgião-dentista para as mamães:
- Durante a gravidez, é muito importante contar com um bom acompanhamento médico e fazer as limpezas bucais;
- Assim que receber a confirmação da gravidez, informe seu dentista para que, juntos, façam um planejamento do tratamento preventivo. Caso a gravidez seja planejada, faça todo tratamento dental com antecedência;
- Mantenha uma boa circulação sangüínea durante os procedimentos odontológicos elevando as pernas na cadeira do dentista. Principalmente, evite cruzar as pernas durante os procedimentos;
- Tenha sempre um travesseirinho à mão para todas as ocasiões. É sempre bom garantir uma postura confortável para você e o bebê;
- Outro acessório que não pode faltar na sua bolsa é um MP3, 4 ou 5. São ideais para que vocês se distraia e evite tensões desnecessárias.

Fonte:
Dr. Marcelo Rezende é cirurgião-dentista, diretor da Smiling Dental Care (Manaus, AM), e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Vídeo da Gincana de Genética da Turma 201

Relação da gincana de genética!!!

1-Entrevista, e foto da minha entrevistada
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/05/entrevista.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/05/minha-entrevistadameire-batistela.html

2-divulgação da visita a APAE
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/05/visita-na-apae.html

3- 10 Fichamentos
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/05/1-fichamento.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/2-fichamento.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/de-citacao-autores-carvalho-luis.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/4-fichamento.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/5-fichamento.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/6-fichamento.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/7-fichamento.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/8-fichamento.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/9-fichamento.html
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/10-fichamento.html

4-Fazer um artigo
não fiz.

5-Painel divulgando meu Blog
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/05/divulgando-meu-blog.html

6-Legendar um vídeo
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/video-da-gincana-de-genetica-da-turma.html

7-Montar uma molécula de DNA
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/06/minha-molecula-de-dna-topico-7-da.html

8-Marca Pagina
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/05/meu-marca-pagina-topico-8-da-gincana.html

9-Divulgar topico 2 ou 6 de meus colegas
http://cindynikolleodonto.blogspot.com/2011/05/divulgando-visita-apae-dos-meus-colegas.html

10-Ter meu trabalho do topico 6 divulgado por 4 colegas
http://prontoodonto.blogspot.com/2011/05/atividade-9-gincana-genetica.html      Pronto Odonto
http://amandafigueiredo-odontologia.blogspot.com/2011/06/video-cindy-nicokolle.html Amanda Figueiredo
http://liccesbezerra.blogspot.com/2011/06/video-da-cindy-nikolle.html            Alice Bezerra
http://isafechineodonto.blogspot.com/2011/05/oie-gente-passando-pelo-blog-rapidinho.html  Isabela Fechine

quinta-feira, 2 de junho de 2011

10 ° Fichamento!!

Ficha de citação
Autores:
NARVAI, Paulo Capel
Saúde bucal coletiva: caminhos da odontologia sanitária à bucalidade. Rev. Saúde Pública . 2006, vol.40, n.spe, pp. 141-147.

“A publicação do "Manual de odontologia sanitária",em 1960 por Mário Chaves, marcou profundamente a teoria e a prática das intervenções de saúde pública no campo odontológico no país, influenciou várias gerações, e estendeu sua influência por toda a América Latina. Dois anos depois, a publicação da versão espanhola dessa obra pela Organização Pan-americana da Saúde consagrou a obra definitivamente.”(P-141)
“Segundo Vasconcellos, a Lei n. 1.280, de 19/12/1911, criou os três primeiros cargos de cirurgião-dentista na administração pública paulista. Com isso, iniciou-se o atendimento odontológico público ao efetivo da então Força Pública e aos cidadãos sob custódia do Estado, no âmbito da Secretaria de Justiça e Segurança Pública. Em 1929, profissionais de odontologia passaram a integrar os quadros da Inspeção Médico-Escolar da Secretaria do Interior, então responsável pelas atividades ligadas à educação e à saúde no Estado. Em 1932, após a criação da Secretaria da Educação e da Saúde Pública paulista, instituiu-se a Inspetoria de Higiene e Assistência Dentária no Serviço Sanitário para "atender a população de escolares da rede pública estadual". Vasconcellos assinalou ainda que, com a criação da secretaria estadual de saúde paulista, em 1947, instituiu-se a recomendação de que os centros de saúde contassem com um "Serviço de Higiene Buco-Dentária". Desde então, sucessivos arranjos institucionais marcaram a organização da assistência odontológica pública, tanto em São Paulo como em outras unidades federativas.”(P-142)
“Embora tais profissionais buscassem desenvolver ações educativas, sua prática clínica reproduzia, essencialmente, o que faziam os dentistas nos consultórios particulares. A abordagem era individual e não se lograva realizar um diagnóstico de situação em termos populacionais e, menos ainda, se utilizava qualquer tecnologia de programação resultante de processos de planejamento que considerassem a saúde bucal da população como um todo.”(P-143)
“Tal cenário mudou radicalmente quando, em 1952, o SESP - Serviço Especial de Saúde Pública implementou os primeiros programas de odontologia sanitária, inicialmente em Aimorés, MG, e em seguida em vários municípios do Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil. O alvo principal desses programas era a população em idade escolar, tida como epidemiologicamente mais vulnerável e, ao mesmo tempo, a mais sensível às intervenções de saúde pública. Assim, métodos e técnicas de planejamento e programação em saúde passaram a fazer parte do cotidiano de dezenas de profissionais de odontologia em várias regiões do País.”(P-144)
“ Narvai assinalou que no contexto do pós-Segunda Guerra Mundial, a proibição do acesso ao consultório odontológico privado à maioria dos cidadãos brasileiros produziu uma discreta, mas significativa ruptura na produção de serviços odontológicos, devido ao surgimento de uma modalidade estatal de produção desses serviços. A odontologia de mercado seguia absolutamente majoritária, mas deixou de ser a única modalidade assistencial neste segmento do setor saúde.”(P-145)
“Segundo Chaves, a odontologia sanitária "é a disciplina da saúde pública responsável pelo diagnóstico e tratamento dos problemas de saúde oral (....) da comunidade", sendo esta entendida como "uma cidade ou parte dela, um estado, região, país ou grupo de países (....). Em qualquer nível, o que é importante é a visão de conjunto da comunidade, tanto mais complexa quanto mais extensa geograficamente e maior a população (....). A idéia de que odontologia sanitária é 'prevenção' ou de que é 'assistência ao indigente, à gestante, ao escolar, ou a qualquer outro grupo', [grifos no original] não tem razão de ser. Odontologia sanitária é trabalho organizado da comunidade, na comunidade e para a comunidade, no sentido de obter as melhores condições médias possíveis de saúde oral." (P-145)
“A principal ferramenta teórica utilizada pela odontologia sanitária para diagnosticar e tratar os problemas de saúde oral da comunidade foi o denominado sistema incremental. Pinto o conceitua como "método de trabalho que visa o completo atendimento dental de uma população dada, eliminando suas necessidades acumuladas e posteriormente mantendo-a sob controle, segundo critérios de prioridades quanto a idades e problemas", assinalando a previsão de "uma ação horizontal por meio de um programa preventivo, o qual controla a incidência dos problemas, e uma ação vertical por meio de um programa curativo, solucionando os problemas prevalentes. Paralelamente, um programa educativo fornece apoio a estas ações". O autor ressalta que, embora usualmente empregado em escolares, por razões operacionais, "sua metodologia geral, com algumas modificações, pode ser facilmente aplicada a outros grupos".(P-146)
“Para Narvai & Frazão, "Saúde Bucal Coletiva é um campo de conhecimentos e práticas [que integra] um conjunto mais amplo identificado como 'Saúde Coletiva' e que, a um só tempo, compreende também o campo da 'Odontologia', incorporando-o e redefinindo-o e, por esta razão, necessariamente transcendendo-o". Para esses autores, a saúde bucal coletiva (SBC) advoga que a saúde bucal das populações "não resulta apenas da prática odontológica, mas de construções sociais operadas de modo consciente pelos homens, em cada situação concreta – aí incluídos os profissionais de saúde e, também (ou até...), os cirurgiões-dentistas. Sendo processo social, cada situação é única, singular, histórica, não passível portanto de replicação ou reprodução mecânica em qualquer outra situação concreta, uma vez que os elementos e dimensões de cada um desses processos apresentam contradições, geram conflitos e são marcados por negociações e pactos que lhes são próprios, específicos". Tal concepção implica (e, num certo sentido, impõe) à SBC uma ruptura epistemológica com a odontologia (de mercado), cujo marco teórico assenta-se nos aspectos biológicos e individuais – nos quais fundamenta sua prática – desconsiderando em sua prática essa determinação de processos sociais complexos.”(P-146)
“É preciso que os envolvidos com a produção desses conhecimentos, e os gestores da área, não apenas conheçam esse conjunto de proposições, como o levem em consideração ao definir uma agenda para a saúde bucal coletiva coerente com as necessidades daqueles cujas vontades se expressaram democraticamente na 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal.”(P-147)


9° Fichamento!!

Ficha de Citação
Autores:
SALIBA, Orlando; GARBIN, Cléa Adas Saliba; GARBIN, Artênio José Isper  e  DOSSI, Ana Paula
Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. Rev. Saúde Pública. 2007, vol.41, n.3, pp. 472-477.




“A violência doméstica representa toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um membro da família. Pode ser cometida dentro e fora do lar por qualquer um que esteja em relação de poder com a pessoa agredida, incluindo aqueles que exercem a função de pai ou mãe, mesmo sem laços de sangue. A maior parte dos casos de violência acontece em casa, afetando sobretudo mulheres, crianças e idosos. Entretanto, a violência doméstica pode ocasionar danos diretos ou indiretos a todas as pessoas da família, nas várias fases de suas vidas.”(P-472)
“Assim, muitas crianças experimentam o dissabor das agressões. Infelizmente, o uso da punição física ainda é um instrumento utilizado com freqüência na educação dos filhos na sociedade contemporânea. Os pais tendem a defender essa forma de disciplina que pode favorecer a banalização e tornar crônica a violência doméstica física contra crianças e adolescentes. Mesmo encarada como algo normal por alguns, a agressão na infância e adolescência pode acarretar problemas que muito provavelmente terão impacto por toda a vida da vítima, levando-a a repetir o comportamento violento. (P-472)
“Entretanto, essa situação afeta também a mulher, apontada como a principal vítima dentro do lar. Estima-se que, em todo o mundo, pelo menos uma em cada três mulheres já foi espancada, coagida ao sexo ou sofreu alguma outra forma de abuso durante a vida,  onde o companheiro apresenta-se como o agressor mais comum.”(P-473)
“Os idosos também sofrem abusos no lar, pois com o avançar da idade aumentam também as situações de vulnerabilidade, passando a exigir mais cuidados, criando uma situação de dependência. Além das formas comuns de violência (física, sexual e psicológica), a família pode fazer uso do benefício financeiro pessoal do idoso, acarretando desatenção às suas necessidades.”(P-474)
Os reflexos da violência são nitidamente percebidos no âmbito dos serviços de saúde, seja pelos custos que representam, seja pela complexidade do atendimento que demandam. Dessa maneira, esse setor tem importante papel no enfrentamento da violência familiar. Todavia, os profissionais dessa área tendem a subestimar a importância do fenômeno, voltando suas atenções às lesões físicas, raramente se empenhando em prevenir ou diagnosticar a origem das injúrias. Esse fato pode estar relacionado à falta de preparo profissional, ou simplesmente, à decisão de não se envolver com os casos.”(P-475)
“O despreparo do profissional em lidar com as vítimas que recorrem ao seu serviço se deve possivelmente ao desconhecimento acerca de como proceder frente a esses casos. Além disso, existem vários entraves à notificação no Brasil, como escassez de regulamentos que firmem os procedimentos técnicos para isso, ausência de mecanismos legais de proteção aos profissionais encarregados de notificar, falha na identificação da violência no serviço de saúde e a quebra de sigilo profissional.”(P-475)
“Os casos notificados apresentam grande importância, pois é por meio deles que a violência ganha visibilidade, permitindo o dimensionamento epidemiológico do problema e a criação de políticas públicas voltadas à sua prevenção.”(P-475)
“O presente estudo teve por objetivo verificar qual a responsabilidade do profissional de saúde em notificar a violência, em especial a doméstica, e as possíveis implicações legais e éticas decorrentes da não-notificação desses casos.”(P-476)
“Prevenir e combater a violência doméstica são funções inerentes ao Poder Público, e o Estado tem se empenhado na prevenção e controle da violência, por meio de campanhas, programas e, principalmente, pela legislação específica. Sabe-se que a violência apresenta um forte componente cultural, dificilmente superável por meio de leis e normas. No entanto, é necessário um respaldo legal para que o processo de prevenção e combate seja legitimado. O artigo 66 do Decreto-lei 3.688 de 1941 reconhece como contravenção penal, a omissão do profissional de saúde que não comunicar crime do qual tenha tomado conhecimento por meio do seu trabalho. O não cumprimento acarreta pena pecuniária. A interpretação desse artigo remete à idéia de que o profissional de saúde deverá comunicar crime cometido contra qualquer pessoa, independentemente de idade ou gênero da vítima.”(P-476)
“Todo cidadão tem o direito inalienável de proteger-se contra todo tipo de agressão física, sendo-lhe devido o apoio das autoridades, se maltratado ou ameaçado até mesmo pela família. Os artigos 19 e 57 da Lei 10.741/03 mencionam claramente a responsabilidade que profissionais de saúde e instituições têm de comunicar os casos de abuso de que tiverem conhecimento. No caso do idoso, a denúncia deve ser registrada no Conselho do Idoso (municipal, estadual ou federal), Ministério Público e Delegacias de Polícia. A pena para o não cumprimento varia entre R$500,00 e R$3.000,00. Como bem enfatizam Fonseca & Gonçalves8 (2003), a notificação constitui instrumento de proteção aos direitos do idoso e medida que permite articular ações solidárias e reconstruir relações afetivas.”(P476)
“Se a violência contra crianças ou idosos goza do privilégio da comoção, o mesmo não ocorre no caso de violência contra as mulheres.6 Assim, a vítima geralmente é considerada culpada pela agressão e o preconceito entre os profissionais de saúde promove uma nova ofensa à mulher.”(P-477)
“Os códigos de ética médica, odontológica, de enfermagem e psicologia foram avaliados para verificar como é tratada a questão da violência doméstica. Nenhum desses documentos apresenta a expressão "violência doméstica" explicitamente. Porém, alguns artigos fazem referência à obrigação que estes profissionais têm de zelar pela saúde, dignidade e integridade humana. Assim, as normas específicas de cada profissão prevêem, mesmo que implicitamente, a necessidade que os trabalhadores da área de saúde têm de denunciar as situações de violência a quem for competente.”(P-477)
“O profissional de saúde tem o dever de notificar os casos de violência que tiver conhecimento, inclusive a doméstica, podendo responder pela omissão. Apesar dos códigos de ética consultados não apresentarem explicitamente a expressão violência doméstica, eles deixam claro o dever que os profissionais têm de zelar pela saúde e dignidade de seus pacientes.”(P-477)

8° Fichamento!!

Ficha de Citação
Autores:
RABELLO, Patrícia Moreira  e  CALDAS JUNIOR, Arnaldo de França
Violência contra a mulher, coesão familiar e drogas. Rev. Saúde Pública. 2007, vol.41, n.6, pp. 970-978.



“A literatura relata a associação entre violência nas relações de gênero e maior ocorrência de diversos problemas de saúde. A violência de gênero é considerada um problema de saúde pública, com repercussões físicas e mentais nas mulheres.23 Entretanto, muitas vezes essa violência não chega a ser investigada pelo profissional da saúde, sendo subestimada nas estatísticas oficiais quanto à freqüência e efeitos na sociedade. Segundo Penna et a (2004), é recente a projeção do tema violência doméstica como fenômeno social no mundo acadêmico.”(P-970)
“Muitas pesquisas mostram que é no espaço doméstico onde acontece a maior parte das agressões à mulher, legitimadas por uma ordem patriarcal de organização familiar, onde a dominação masculina é vista como natural.”(P-970)
“Atualmente, o ritmo acelerado da vida e a fragmentação das relações afetivas levaram a família a uma nova dinâmica e, conseqüentemente, a mudanças de padrão [de convivência?. Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, as famílias diminuíram o número de filhos e a mulher acumulou as funções externas ao trabalho doméstico, aumentando o estresse e alterando o equilíbrio interno das famílias.”(P-970)

“ O equilíbrio de uma família também é alterado quando um dos membros consome drogas, lícitas ou ilícitas. Vários trabalhos associam o alto consumo do álcool à desagregação familiar. Essa substância é consumida em larga escala no Brasil, principalmente por homens, levando-os a mudanças de humor que repercutem desfavoravelmente na mulher, submetendo-as à violência física.”(P-970)

“Estudo caso-controle, pareado por local de residência, idade e número de filhos, realizado no município de João Pessoa, estado da Paraíba, com 660.797 habitantes, dos quais 351.941 são mulheres. O desenho de estudo foi escolhido para comparar se os casos diferiam significativamente dos controles em relação à exposição aos fatores de risco para a violência física contra a mulher.”(P-971)
“O critério de inclusão de casos foi ser mulher e ter sofrido lesões corporais físicas provocadas por alguém da família. Agressões físicas praticadas por estranhos, vizinhos, ou violências psíquicas e sexuais foram excluídas do grupo caso. O grupo caso foi constituído por 130 mulheres que prestaram queixa de agressão física na Delegacia Especializada da Mulher, em 2004 e 2005.”(P-971)
“O grupo controle foi composto por 130 mulheres vizinhas de bairro dos casos. O critério de inclusão foi nunca ter sofrido agressão pela família e, portanto, nunca ter prestado queixa contra a família na delegacia. Ao total, 260 mulheres foram analisadas.”(P-971)
“As mulheres selecionadas foram entrevistadas utilizando-se questionário especificamente elaborado para a finalidade da pesquisa. Inicialmente, a coleta de dados foi realizada com os casos na delegacia e depois as entrevistadas foram pareadas com as suas vizinhas. O questionário foi aplicado por apenas um pesquisador, calibrado e treinado no estudo piloto. Esse questionário foi dividido em duas partes. A primeira abordava as informações referentes às variáveis socioeconômicas e demográficas (idade, anos de estudo, renda mensal familiar, classe econômica, número de filhos, número de pessoas que moravam na casa), parentesco do agressor e freqüência e tipo de droga consumida pelo membro da família. A classe socioeconômica das mulheres foi verificada de acordo com os critérios da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEM.” (P-971)
“A idade média das 260 mulheres analisadas foi de 30,64 anos (DP=9,82), sem diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos (p=0,4129). A média de idade do grupo das agredidas foi de 30,14 anos (DP=9,60) e, no grupo de mulheres não agredidas, 31,14 anos (DP=10,06).”(P-972)
“A média do tempo de estudo foi menos de um ano mais elevada entre as mulheres agredidas (8,21; DP=4,15) do que entre os do grupo das não agredidas (9,02; DP=4,38), também sem diferença significativa entre os dois grupos (p=0,1247).”(P-972)
“A média de renda familiar foi até dois salários mínimos e as classes econômicas de menor poder de consumo (D e E) foram as mais freqüentes.”(P-973)

“O presente trabalho mostra que a maioria das mulheres que sofreram violência era jovem, em contraste com autores que relataram faixas de idade de até 44 anos. Isso mostra que, provavelmente, a agressão às mulheres no âmbito familiar está relacionada à vida sexual ativa, pois estas mulheres eram mais jovens do que aquelas estudadas por outros autores.”(P-973)
“As mulheres do presente artigo apresentaram média de oito anos de estudo, semelhante a outros trabalhos  que encontraram em torno de 60% das mulheres com ensino fundamental incompleto. Adeodato et al (2005) afirmam que o esclarecimento da mulher leva a menor tolerância à violência. Quanto mais a mulher se qualifica, mais chance tem de encontrar trabalho remunerado, melhorando assim a auto-estima e independência.”(P-974)
“Embora a literatura relate que a pobreza e a falta de padrões morais conduzam à violência, esta pode estar inserida em classes mais abastadas. Adeodato et al (2005) relatam que mulheres de maior poder aquisitivo dispõem de recursos políticos e econômicos para ocultar a violência doméstica, surgindo, então, a sub-representação nos dados de violência denunciada.”(P-975)

“Os resultados encontrados também podem levantar hipóteses de causalidade reversa: a coesão desligada levou as famílias à agressão ou a violência física levou a família a possuir coesão desligada? O consumo de drogas entre os membros da família aumenta a coesão desligada e violência doméstica ou a presença de coesão desligada e de agressão física também aumenta o consumo de substâncias lícitas e ilícitas? Todos esses fatores estão interligados e, em sua presença, o relacionamento familiar perde o equilíbrio.”(P-976)
“É necessário um esforço da sociedade para discutir a família brasileira no tocante à sua formação histórica e ao processo de mudança que os novos tempos impuseram à mulher.”(P-978)



7° Fichamento!!

Ficha de Citação
Autores:
AZEVEDO, Renata Cruz Soares de et al
  Atenção aos tabagistas pela capacitação de profissionais da rede pública. Rev. Saúde Pública . 2008, vol.42, n.2, pp. 353-355.


“O tabagismo é uma das dependências mais prevalentes em todo o mundo,um levantamento realizado em 2005 apontou 10,1% da população brasileira de 12 a 65 anos como sendo dependente de tabaco. A expectativa de vida de um fumante é 25% menor que a de um não fumante. A cessação tabágica promove redução significativa na taxa de mortalidade antes dos 35 anos e em menor escala na faixa acima de 65 anos, representando uma intervenção custo-efetiva.3 A intervenção nos tabagistas é a melhor estratégia para a redução a médio prazo da mortalidade relacionada ao tabagismo.”(P-353)
“Embora 70% dos fumantes manifeste desejo de parar de fumar, somente 5% consegue fazê-lo sem auxílio de profissionais da saúde.2 Além disso, há escassez no número e no treinamento de profissionais capacitados para abordar o paciente tabagista e empreender medidas de intervenção. Ademais, o número de serviços de apoio para abandono do fumo é insuficiente, assim como a distribuição gratuita de medicamentos utilizados na cessação do tabagismo na rede pública.” (P-353)
“O objetivo do presente estudo foi descrever o desdobramento de um treinamento de profissionais de saúde da rede pública na abordagem de tabagistas.”(P-353)
“ Estudo realizado em serviço de atenção ao tabagismo em ambulatório de um hospital universitário. Esse hospital possui programa de abordagem de tabagistas desde 2003.”(P-354)
“No período de novembro de 2004 a março de 2007, 40 profissionais de saúde da rede pública de Campinas e região participaram de treinamento com duração de um mês, oferecido por aquele hospital. Os profissionais da área da saúde, provenientes de 12 equipes, eram: 12 médicos, 12 enfermeiros, seis assistentes sociais, quatro psicólogos, dois dentistas, dois terapeutas ocupacionais, um farmacêutico e um auxiliar de enfermagem. Cada equipe passou por todas as atividades oferecidas aos pacientes, além de participarem da supervisão dos casos e dos seminários teóricos.”(P-354)
“As atividades incluíram: grupo de motivação, triagem clínica (composta por coleta de dados sociodemográficos, história do tabagismo, avaliação de comorbidades clínicas e psiquiátricas, aplicação da Escala de Fagestrom e avaliação do grau de motivação), grupo de tratamento, manejo do uso de bupropiona, nortriptilina e/ou terapia de reposição de nicotina e supervisão dos casos.”(P-354)

“Após o treinamento, 37 (92%) profissionais desenvolveram medidas de abordagem do tabagista em sua unidade; 22 (54%) treinaram membros de sua equipe, 8 (19%) treinaram outras equipes e 15 (38%) realizaram atividades para a comunidade.”(P-355)
“Os profissionais referiram ter atendido 3.419 tabagistas em abordagem mínima individual e 982 pacientes em abordagem grupal. Dos pacientes tabagistas que participaram das atividades desenvolvidas pelos profissionais, 9,2% conseguiram parar de fumar.”(P-355)
“As principais dificuldades relatadas pelos profissionais para a continuidade e ampliação da abordagem ao tabagismo em sua unidade foram baixa adesão dos pacientes (11%), falta de medicação (38%) e de apoio/estrutura da unidade (29%).”(P-355)
“Os resultados apontaram a contribuição alcançada com o treinamento na capacitação para o desenvolvimento de iniciativas de abordagem do tabagismo na rede pública. Tais ações incluíram desde medidas de menor impacto, como atividades sobre tabagismo para a comunidade (palestras, cartazes), até a multiplicação do treinamento para outros profissionais. Estratégias também foram estabelecidas diretamente para os tabagistas por meio de abordagem mínima individual ou tratamento em grupo.”(P-355)
“O presente trabalho possui algumas limitações: uma delas refere-se à coleta de dados por meio de contato telefônico, que apresenta menor acurácia do que as entrevistas face-a-face. Outro ponto é que, embora a taxa de cessação do tabagismo tenha sido expressiva (9,7%), esse número provavelmente não se sustente em sua totalidade num período maior de seguimento. Considerando que não havia disponibilidade de apoio farmacológico de primeira linha (terapia de reposição de nicotina e bupropiona) nas unidades, deve-se considerar que esta foi a taxa de cessação durante o tratamento.”(P-355)
“A disponibilidade de tratamento em uma unidade básica de saúde pode facilitar o acesso e adesão do paciente tabagista. As condições favoráveis como a possibilidade de ser atendido por uma equipe que já lhe é familiar, próxima ao seu domicílio e inserida em seu contexto sociocultural podem influenciar positivamente no processo de cessação de fumar.”(P-355)
“A capacitação de profissionais da rede pública realizada pelo hospital universitário de referência reforçou o papel da universidade na sua responsabilidade de formação de profissionais que atuam na rede pública de saúde. Os resultados obtidos representaram um estímulo à equipe para incremento dessa atividade que, em última análise, permitiu expandir a população atingida pelas estratégias de abordagem do tabagismo.”(P-355)